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20 de novembro de 2011

Dracaena




Dracaena.
A cidade que havia abrigado meus pais alguns anos antes não poderia ter sido destruída de uma hora para outra. Tem que haver alguma explicação para tal acontecimento. Mas, qual seria?
As casas estavam abandonadas. Não havia nenhum sinal de vida por todos os lados que Mabilli olhava. Nenhum animal voando pelo céu cinzento. Nenhum ser rastejante, pelo concreto revirado e pelo asfalto frio como o gelo. Tudo parecia um deserto as avessas.
Os carros permaneciam no lugar em que seus donos os haviam deixado.
Nem sempre Dracaena havia sido assim, morta. Há um tempo remoto, a cidade abrigava os mais belos habitantes da Europa. Havia flores por todo lado. Coloridas. O amor estava a cada quilometro quadrado.
O mais incrível é? Para onde todos teriam fugido? Não há sinal de corpos, vivos ou mortos.
Pois não deixava de ser verdade essa sua observação. O que ela descobriria dentro de instantes era que a maioria dos seres humanos havia sido extintos. E ela nunca acharia seus corpos, porque eles estariam vagando pela cidade. Você pode também chamá-los de zumbis. A palavra zumbi deriva provavelmente do africano “nzambi”, que significam “dividade” ou “espírito ancestral”.
Mas voltemos ao assunto. O restante dos humanos dali teria conseguido fugir e se esconderam em lugares antes nunca habitáveis. Mas ninguém de outras regiões sabia ao certo onde ficava esse lugar. Eram apenas hipóteses também, pois nunca alguém havia comprovado de que essas informações eram, de fato, reais.
Mabilli havia saído de férias fazia cerca de quatro meses, e só retornava a sua cidade natal em meados de novembro. Fazia frio e muitos meios de comunicação haviam sido cortados pelo mau tempo. Infelizmente ela não teve como saber o que havia ocorrido ali.
Ao longe, o som de uma marcha corria ate os ouvidos dela. Uma marcha lenta, que era acompanhada de gemidos e gritos de horror. Era chegada do ato final. No meio de um bando de pessoas mortas-vivas, um sobrevivente era trazido em cima de o que parecia ser uma mesa.
Seus olhos tentavam reconhecer aquele homem.
Alexander? Não poderia ser ele. Será?
Muitos anos mais tarde ela diria em uma entrevista a um jornal: “O destino dele dependia de mim naquele momento.”  Não digo que ela estivesse errada, mas se não fossem os outros, ela nunca teria tido chance de salvá-lo.
O cortejo prosseguia e nenhum dos zumbis havia notado sua presença. Até que ... 




Boa noite pessoas lindas do meu blog. Venho com o primeiro capítulo de Dracaena. Não sei se haverá continuação, pois isso dependerá muito de minha criatividade, tempo e imaginação fértil. Mas vamos lá, não é mesmo? Ah, já ia me esquecendo. O trecho "O destino dele dependia de mim naquele momento" é a pauta da 93ª edição Conto/história, que faz parte do Projeto Bloínquês. Até a próxima queridos. E uma maravilhosa semana.

15 de novembro de 2011

El misterioso puente


Por este puente cruzan diversas personas. Algunas con prisa, que no llegan a admirar la belleza que él tiene en los días soleados y en los nublados, en que sólo algunos rayos de sol atraviesan la espesa barrera que cubre de gris toda su majestuosa extensión.
Compuesto por resistentes placas de acero, gruesos cables dan su sostenimiento necesario. Las lámparas y la forma en que son dispuestas crean una atmósfera romántica.
Caminar por allí, a fin de tarde, para los enamorados, es una escena digna del cine. Para los más desesperados, la escena del crimen perfecto.


Texto escrito especialmente para um trabalho da faculdade, da matéria Produção Textual - Língua Espanhola.

13 de outubro de 2011

The end is coming ...


São Paulo, treze de outubro de dois mil e onze.

Olá você que me deixou. Me deixou esperando. Esperando talvez um novo começo ao teu lado.
Mas fiquei ali, perdido na escuridão. Na escuridão dos olhos dele, junto a ti.
A mesma escuridão que meus olhos hão de ver dentro de instantes. Hão de ver no fundo do mar.
Naquele mesmo mar em que tudo começou.


Atenciosamente,

                              seu sempre ex-amor.

15 de setembro de 2011

You stole my heart, and you're the one to blame .


- Promete nunca me esquecer? - disse eu, afoito e emocionado pela repentina despedida.
- Prometo. - disse-me ela, com lágrimas nos olhos e a voz comovente.





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              Minha vida seguiu normalmente como a de qualquer rapaz de quinze anos que acaba de perder o "grande amor" de sua vida.
Muitas outras garotas entraram na minha vida: Nicole's, Jaqueline's, Camila's, Daniele's.  Mas nenhuma comparada à minha Heloísa. 
Ela, na época, também tinha quinze anos. Estava no auge de sua beleza - tanto exterior quanto interior - e todos a queriam para si. Pouquíssimos tiveram o prazer de tê-la por perto, nem que fosse como amiga. Posso dizer-lhes, caros leitores, que fui privilegiado. Além de sermos amigos, acabamos tendo um romance. Curto. Curtíssimo, melhor dizendo. Mas certamente, a época mais encantadora, divina, formosa, primorosa, sublime, perfeita, de minha vida.
Tenho hoje vinte e cinco anos. E até hoje me pego imaginando como estaria minha flor de formosura, meu pão de mel, minha vida. 
Contarei agora o segundo capítulo mais importante de minha vida.


Smile .


Mesmo depois de conhecer vários sorrisos, o seu ainda é o meu preferido.

22 de julho de 2011

fim.

Daqui


Só no juízo final você se arrependerá de seus pecados. E eu estarei do seu lado até que esse dia chegue.

5 de junho de 2011

Falta.


Você sabe o que é passar noites em claro porque não tem mais com quem desabafar, depois de um dia de trabalho, de luta?
Você sabe o que é precisar de um ombro, alguém que te ouça por míseros minutos, que te chame de imbecil, que diga depois que tudo vai passar?
Você sabe o que é passar noites em claro chorando, com a garganta presa por tantas coisas que queria falar?
Não.
Você não sabe.
Pois pra você foi fácil me tirar da sua vida.

{Pamela Moreno Santiago}

6 de maio de 2011

O Revide.


Sabe quando a vista da varanda – aquela, que há muitos anos é admirada por você e por todos que passam em sua casa – já não lhe parece tão atraente? Pois é. É assim que tenho me sentido durante estes últimos dias.
Sabe quando seu coração já não bate mais no ritmo de antes? Naquele ritmo desenfreado, inconstante, arrebatado, desembestado, apaixonado? Pois é. Não o sinto assim há muito tempo. É como se um cubo de gelo tivesse tomado seu lugar.
Sabe quando o sol entra por entre as frestas das janelas e das portas e você não mais consegue observar seu brilho? É como se tivessem me cegado, assim, de repente.
Não sei ao certo quando isso aconteceu. Não sei tampouco o seu por que. Não sei o causador. Ou melhor. Esta última, eu sei.
Era uma madrugada fria de inverno – talvez por isso meu coração tenha esfriado -, e ele chegava a casa. O cheiro do álcool e do cigarro impregnava a casa toda. Não. Não seria desta vez que ele acabaria com minha noite de sono tranqüilo.
Levantei-me, com a tranqüilidade e serenidade que só eu conseguia ter nestas horas. Abri o guarda-roupa, tirando com extrema leveza as roupas daquele belo, fascinante, apaixonante, atraente, cativante, encantador, envolvente, formoso, maravilhoso, sedutor cafajeste. Guardei-as na mala que havia lhe dado como presente há alguns anos atrás. Nunca havia sido usada.
Pois bem. Desci as escadas. Dei de cara com ele. Ajoelhado, balbuciando algo como se fosse uma prece. Uma prece à “Santa Mônica”. Pois era isto. Uma santa. Só uma pessoa assim agüentaria durante pouco mais de vinte anos um homem como ele. Não lhe nomeio, pois não quero recordar-me deste pequeno - grande - detalhe.
Não quis nem ao menos tentar ouvir o que ele tinha a dizer. Bem, não é que não quisera ouvir. Não conseguia. Sua voz me dava asco, nojo, ânsia. Resolvi, por assim dizer, levar sua mala até o portão que dava para a rua.
- Eu ainda tenho uma última coisa pra fazer.
Entrei novamente. Ele desta vez já estava de pé. Seu rosto refletia a noite de orgia que havia vivido. Mas nem por isso me abalei. Corri os olhos, procurando o papel. Sim, já havia preparado a carta de separação, na qual, ele deixava-me todos seus bens, inclusive sua bela casa.
Não foi difícil fazê-lo assinar. Também não foi difícil enxotá-lo para fora. Pois é. O troco de vinte e poucos anos o agüentando, havia sido dado.

21 de abril de 2011

Sunshine,


E se eu não conseguir te esquecer?
Vou queimar seu nome em minha garganta,
Eu vou ser o fogo que vai te pegar.
O que há de tão bom em juntar os pedaços?
Nenhuma das cores vai iluminar mais nesse buraco.

Só passei para esclarecer meu desaparecimento repentino. Estou muito, mas muito mesmo sem tempo de postar a continuação do conto. Por isso resolvi abrir mão dele até as férias de julho, quando finalmente terei tempo o suficiente de escrevê-lo bem. Postarei alguns textos mais curtos conforme conseguir escrevê-los. Desculpas e obrigada pelo carinho de todos.

7 de abril de 2011

The angel from my nightmare - cap. I

Capítulo 1 - O começo inicia o desarrolho 


      Creio que apenas uma breve apresentação de meu nome não faça efeito para que você possa conhecer e entender o porque da história ter sido escrita, e ainda mais profundo: porque ela teria sido escrita por mim?
      Como já disse no Prefácio, meu nome de batismo é Clarice. Poderia ser um heterônimo, como variados autores já fizeram e faziam até então. Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis. Diferentes nomes para designar  a mesma pessoa - que por sinal era maravilhosa - , que é Fernando Pessoa. Mas quer saber? Nunca fui de me esconder e não vai ser agora que o farei.
      Aposto que você está curiosíssimo para saber qual minha ligação com o tal "anjo de meu pesadelo". Espere. Tenha calma. Siga o velho ditado. "A pressa é inimiga da perfeição". Sabe, essa é uma característica minha - quando digo isto, tome como um defeito - , ser perfeccionista às vezes é uma dádiva dos deuses. O que a faz ser algo odiado pelas pessoas é o seu mal uso. Mas também não estou aqui para julgar o livro arbítrio de ninguém.
      Voltando à história de minha vida. Creio que também estejas louco para saber minha idade  quando a história aconteceu - isso é, se já não tiveres cometido suicídio pela omissão deste fato - , mas isto sim é algo que deverá ficar oculto. Talvez, em alguma parte deste livro, acabe soltando demais a tinta no papel e escreva demais ( o que será quase impossível de acontecer. Lembra-se de que sou perfeccionista? Esta com certeza será uma boa hora para demonstrar-lhe que estava sendo verdadeira e sincera).
      Acho que para um primeiro capítulo, falei coisas até demais. Espero realmente que estejas emputecido comigo, pois ainda não adentrei ao assunto que querias. Aposto que estás falando ( ou pensando ):


      - Puta merda, Clarice. Me deixa curioso(a) mesmo!


      Sabe, é por isso que escrevo. Para prender sua atenção somente para mim.
      Até breve,
                              Clarice.




página 2

E aleluia saiu o primeiro capítulo do conto. SHUAHSHAUSHUAH. Desculpem-me se ficou um lixo, pois estava tentando escrevê-lo e prestar atenção na aula super gostosa de Sintaxe Espanhola. Enfim, espero que gostem. :) Obrigada pelo carinho. 



2 de abril de 2011

The angel from my nightmare

Prefácio                                                                                  

      Olá. Não sei seu nome, etnia, sexo, ou orientação sexual. Não sei também sua cor, sua descendência, seu signo, sua religião. E isso pouco importa daqui por adiante.
      Apenas sei que de alguma forma, talvez o título ou a capa o tornaram capaz de você abrir este singelo livro e começar a lê-lo. Como todo bom leitor, ele se atém desde a contra capa, até as últimas palavras. Espero que você seja um destes. Mas se não o for, quem sairá perdendo será você.Bom, depois desta breve intimação à leitura deste pequeno prefácio, venho me apresentar.
      Chamam-me de Clarice. Não a Clarice Lispector, claro. Não tenho um terço da imaginação e da desenvoltura que esta tem. A invejo neste ponto. Enfim. Estou aqui para lhes contar um fato ocorrido em 1980. Não. Não é sobre o sucesso que as bandas - como o U2, Guns N' Roses, Iron Maden - faziam. Aposto também que você acabou de procurar os fatos mais importantes da década de 80 para saber se estava falando a verdade. Pois bem, concluindo antes que este prefácio se estenda mais do que o necessário. Vim contar a história de um amigo. Como o próprio livro diz, o anjo de meu pesadelo. Mas deixo mais detalhes para o primeiro capítulo. 
       Você vem nessa comigo, ou vai ficar parado aqui?


página 1

Pois é gente. Mais uma história, dividida em 15154435151531 capítulos. Hahaha. Espero que não fique cansativo como foi da última vez. Como já deu para perceber, essa é um pouco diferente. É uma narrativa em terceira pessoa, cujo autor é  Homodiegético , cujo significado é: narrador que participa como personagem secundário. Espero de verdade que vocês gostem do enredo. E prometo postar sempre que meu trabalho e a faculdade permitirem. Obrigada pelo carinho e vejo vocês no 1º Capítulo.

27 de março de 2011

Esta noite, eu me lembrei de você.


Caro, caríssimo.


 

      Tenho a leve impressão de que nós já nos vimos em algum lugar. Num passado não tão distante. Mas sabe como é a vida de uma pessoa que tem Alzheimer. Em um momento, lembramo-nos de tudo o que já passou. Por vezes, memórias das quais nunca mais nos lembraríamos: o primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro tombo, o primeiro beijo, a primeira pessoa que foi capaz e lhe deu amor o suficiente para fazer de você seu homem ou sua mulher. Lembranças de um passado que há muito já passou.

      Talvez nem ao menos tenha lhe conhecido de fato. Mas hoje, eu lembrei de você. Recordo-me o quanto eras "rebelde". Tinha os cabelos bagunçados, desajeitados. Por onde passavas as pessoas ao redor te olhavam com ar de desprezo. De certo, você tinha um motivo para isso. Fugere urbem. A sociedade burguesa, capitalista e consumista não lhe atraia como fazia com os outros. Talvez tudo isso tenha ocorrido à algumas décadas atrás desta em que vivemos. Provavelmente lerás esta carta com certo atraso, então configuro aqui a data de 27 de março de 1990. Voltando as lembranças. Você fumava. Pelo menos um maço de cigarros por dia. Não me perguntes como pude ser precisa assim. Já disse. Às vezes, as memórias vêm. Às vezes não.

    Eu também fumava, não é mesmo? As fumaças dançavam pelo ar. Coloridas. Só nós dois víamos assim. E por vezes nos tacharam de loucos, drogados. Não. Nós não éramos isso. Eu me lembraria de algo tão marcante e decisivo de minha vida. Não lembraria? Pois bem. Não estávamos nem aí com o que os outros diziam, disseram ou iriam dizer sobre nós.

    Não até o dia em que, mais que de supetão, fui avisada de que estarias na praia de Copacabana, aos beijos com uma mulher. Ela não era eu. E aquilo tudo não deveria estar acontecendo. Tentaste me explicar o que havia acontecido. Mas nada poderia mudar aquela situação. E assim se passou os segundos, minutos, horas, dias, meses e anos. Neste meio tempo fui diagnosticada com essa maldita – mas boa – doença. Conforme os anos se passavam, algo de minha memória ia embora. Como a água do chuveiro, que ao escorrer por nossos corpos se vai pelo ralo. Era assim que me senti dia após dia. Faltava algo em mim. Começou com pequenas palavras ditas, pequenos gestos. E antes que isso se prolongue - como irá se prolongar - resolvi lhe escrever, enquanto alguma coisa em mim ainda me faz lembrar de você.

    Espero que estejas bem, onde estiver. E se receberes esta carta antes de meu falecimento inevitável, venha me visitar. Poderá ser que tenha lhe esquecido totalmente na mente. Mas algo em meu subconsciente e em meu coração dirá:

    - Nós já nos vimos em algum lugar antes?

    Com afeto, carinho e compaixão.

                                    Lisa Mckgonagal





 

Escrito por:
Pamela Moreno Santiago
Pauta para a 36ª Edição Cartas, cujo tema era: "Lembrei de você". Ficou um terror, mas espero que gostem. Obrigada pelo carinho de todos e pelos selinhos. Os posto em breve. A foto não tem nada a ver com o texto, mas eu amo House *-*

18 de março de 2011

Hoje perco você em mim, mesmo assim vou vivendo

"Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar
E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é"




Toda vez era a mesma história. Todo dia, uma nova carta, um novo pacote chegava a casa. Sempre às 15 horas. Não havia selo. Nem endereço, nem nada. Mas ela sabia que vinham dele. Não podia mais ter dúvidas de que realmente eram dele. Não depois deste último pacote. Esta letra, esta música. Cada detalhe, cada palavra a remetia a um passado não tão distante.

Neste havia uma carta e uma caixa de chocolates. Como ele sempre fazia quando brigavam. Foram poucas vezes que isso aconteceu. Talvez seja por isso que ela não pode deixar de remeter esta atitude a ele. Mas o que será que queria com isso? Seria uma tentativa de reatar? Sinceramente, ela não fazia idéia. Somente uma pessoa poderia lhe responder. E essa pessoa não estava ali naquele instante. Pensou em ligar. A carne foi fraca por alguns minutos. Mas não poderia dar o braço a torcer. Não depois de tudo o que havia acontecido.
Ouviu dizer que ele estava muito bem. Ao lado de outra mulher que provavelmente o fizesse mais feliz. E ela também estava bem. Ao lado de um rapaz que realmente a amava e que tentava de todas as maneiras fazê-la feliz. Do seu jeito desengonçado, pouco a pouco, mas ele conseguia.
Ouviu o barulho da campainha. Era seu atual amado que chegava depois de um dia de trabalho. Olhou para o relógio. Oito horas da noite. Havia perdido cinco horas preciosas do seu dia entretida em pensamentos que já se passaram a muito tempo. Escondeu rapidamente o pacote, e foi atender a porta.
Desceu rapidamente as escadas que davam direto para a porta da frente. Mal a abriu e seu amado a abraçou. Talvez alguma ponta de esperanças de reconciliação com seu ex tivesse sido sobressaltada no período em que ficou com aquela carta nas mãos. Mas elas cessaram assim que abriu a porta e viu aqueles lindos olhos brilhando para ele. Aquele sorriso perfeito que se abria só ao lhe ver.
Pois é. Não poderia deixar uma oportunidade de ser feliz, de amar, ir embora. Enquanto ele tomava seu banho, juntou todas as cartas, todos os pacotes, os chocolates, ensacou e jogou no lixo. Na caixa de correio, um bilhete de resposta:

"E eu não me importo se você me ama, se você me odeia.
Você não pode me salvar." 


E voltou para dentro. Seu amado já a esperava para o jantar. E lá se foram as lembranças deste passado que agora, já estava morto e enterrado.


Pauta para o Projeto Bloínquês, na 58ª Edição Conto/História. Músicas envolvidas na criação do texto: Equalize - Pitty, e What The Hell? - Avril Lavigne. Observação: muita gente vai achar esquisito "a casa", mas segundo Evanildo Bechara é assim que deve ser usado. Pra quem não conhece esse cara aí, ele é um maravilhoso gramático, o qual usei bastante na faculdade ano passado. 

10 de março de 2011

Betrayal, revenge.

Prólogo

Depois com o tempo descobri que o problema era o café. 
Porque café não tem nada a ver com amor.
Café desce rasgando e te deixa ligado. Amor não. 
Amor é tipo leite. 
Tem prazo de validade curto e azeda muito rápido. 
E longa vida tem conservante.
Uma mentira embalada.
Só parece seguro porque está em uma caixinha.
Depois que abre é igual a qualquer outro.
(Os Funerais do Coelho Branco - Nene Altro)






Início


Olhei-o e seus olhos estavam escuros, quase negros de desejo. Por certo tempo tive medo destes olhos. Procurei em vão não os encarar. Como sempre, ele era mais rápido que eu. Enquanto olhava para os lados em busca de algo que pudesse me distrair, ele chegava mais perto. Cada vez que olhava de relance, ele estava mais próximo. Uma onda de calor, de desejo, de medo me cercava. Até que aconteceu.
Seus braços passaram levemente por minha cintura. Não. Isso não poderia estar acontecendo. Como eu poderia me deixar levar? Uma traição estava prestes à acontecer. Não. Eu tinha pouco tempo para tomar a decisão certa. Não poderia de jeito nenhum ajuda-lo a trair sua namorada. Ela não merecia isso. 
Ou merecia?
Pensando bem, ela merecia sim. Foi ela quem robou meu ex, e quando o teve nas mãos, o descartou. Foi ela quem havia me humilhado milhões de vezes quando era mais nova, gorda e feia. E agora, quem diria. O mundo girou. Talvez rápido demais para que pudesse me acostumar. Mas girou. Girou, a fila andou, a catraca rodou. E quem iria rodar dessa vez seria ela. Estava decidida. Não deixaria esta oportunidade passar em branco.
Resolvi me deixar levar. Olhei para seus olhos negros e ardentes de paixão. É fato que se ele pudesse, me consumiria ali mesmo. Como a mais refinada e pura droga. Toda minha vida eu fui boa, mas agora que saber? Que se dane. Puxei seu corpo para ainda mais perto do meu. Sua boca começava a percorrer meu pescoço. Sua respiração quente e ofegante por baixo da minha. Seus lábios doces como baunilha. Seu hálito parecia-se com o favo da jati. Os meus encontraram com os dele e assim se iniciou o beijo. Suave, puro, com um toque de tesão arrebatador. Não queríamos mais parar. Mas tivemos que fazê-lo.
Um grito agudo, como o de um animal agonizando sua morte. Era ela. Aquela que me fez chorar noites e noites após suas humilhações. Mas hoje foi o dia de minha vitória. Quem havia sido humilhada era ela. Enquanto ela chorava e tentava brigar com ele, eu saia vencedora, sorridente.
Parabéns à mim. Consegui saborear a doce vingança.






Fim

Texto escrito apenas para inspiração da Edição Gênero - Situação, do Projeto Créativité. Para saber mais sobre o Projeto, só deixar um comentário. Participe você também. Obrigada pelo carinho de todos. Pamela.


7 de março de 2011

Mil años con otros mil más son suficientes para amar

- Você nunca sabe como estou me sentindo. E sabe porque? Porque você nunca para, nem ao menos um segundo, para ouvir o que quero dizer.
O homem fingia-se distraído, mas ouvia o que ela dizia. Ao menos dessa vez ele a ouvia. Depois de tantos anos juntos, não poderia ser este o motivo pelo qual eles estavam se separando. Claro que, uma vez ou outra, ele deu mais atenção à televisão, ao jogo de futebol, ao filme pornô. Mas só por causa disso ela estava outra vez discutindo com ele?
- A princípio de conversa, porque você está discutindo comigo? Eu sempre ouvi o que você dizia!
- Ah, ouvia é? Então o que eu disse a noite passada, depois que nós saimos do restaurante?
E pois é. Ele não sabia o que responder. Fez aquela cara que todo homem faz quando está pensando. Mas ele não sabia o que ela havia dito. E sabe porque? Porque ele simplesmente estava olhando pra bunda de uma loira que passava.
- Sabia. Depois eu que estou enganada, não é
E ela começava então a cantarolar a música predileta dela."Quando você estava aqui antes,eu não podia nem te olhar nos olhos.Você é como um anjo, sua pele me faz chorar.Você flutua como uma pena em um mundo bonito. Eu só queria ter sido especial.Você é tão especial.Mas eu sou um verme,sou um esquisitão.Que diabos estou fazendo aqui? Eu não pertenço a este lugar."
E ele, não sei por que cargas d'água, continuou. "Qualquer que te faça feliz. O que você quiser. Você é tão especial. Eu só queria ter sido especial. Mas eu sou um verme, sou um esquisitão.Que diabos estou fazendo aqui? Eu não pertenço a este lugar. Eu não me pertenço."
Eles se amavam. Isso dava para perceber no olhar de um ao outro. Por mais que ele tivesse um milhão de defeitos, ela o amava. Por mais que ela resolvesse brigar por qualquer coisa, ele a amava. A abraçou.
- Com certeza você é meu ponto de paz. Te amo como nunca amei ninguém. Me desculpa?
- Mas é claro meu amor. Eu estou irrevogavelmente e perdidamente apaixonada por você.
E assim, o coração dos dois se tornou mais uma vez só um.
- Vamos para a cama, meu amor?
 Pauta para a 57ª Edição Conto/História do Projeto Bloínquês, cujo tema central é "O homem fingia-se distraído, mas ouvia o que ela dizia. Bar - Ivan Ângelo".



3 de março de 2011

Where do you draw the line?

 Apanhou um pedaço de papel e escreveu rapidamente o nome e o telefone daquele homem com quem estava conversando. Mal se conheciam e algo nele havia despertado repentinamente o interesse de Isabela. Talvez fossem as tatuagens pelo corpo - algo que sempre a atraia -, talvez pelos piercings e pelo alargador, talvez fosse pelo fato dele fumar. E foi a partir de um cigarro que a conversa começou.
 Sabe aquele dia em que nada dá certo e você tem vontade de pular da próxima ponte que encontrar? Pois é. Era assim que Isabela se sentia. Andava por uma rua, pensando em tudo o que havia acontecido durante a manhã, quando encontra um rapaz, muito bonito por sinal, sentado em cima de seu skate e tentando acender um cigarro. Ela se lembrou de que havia prometido para seus pais que pararia de fumar. E daria certo, se naquele momento ela não estivesse a ponto de explodir. Não pensou duas vezes. Parou ao lado do rapaz.
 - Você tem um cigarro sobrando? Tive um dia daqueles e preciso de um para aliviar a pressão.
 Ele não falou nada. Somente colocou as mãos no bolso, puxou o maço e lhe entregou um. Passou o isqueiro. Ela acendeu o cigarro com pressa. 
 Como ele não havia trocado uma palavra sequer com ela, pegou o cigarro e saiu dando suas tragadas lentas, puxando o máximo da fumaça para si. Até que ele resolve dizer algumas palavras.
 - Me encontre depois das linhas do trem. Às seis horas da tarde.
 Não havia entendido direito. Por isso voltou e pediu seu nome e telefone. Ele lhe passou rapidamente, quase atropelando as palavras. Avisou-lhe que ligaria antes para dar-lhe a resposta. Ele somente levantou e saiu andando, a deixando no vácuo novamente.
 Foi para casa. O resto da tarde ocorreu normalmente. O mesmo tédio de sempre. Até que olha no relógio antigo na sala e vê que já são cinco horas . Resolve ligar. Ele atende e diz um alô seco. O medo por dentro a dizia para não ir. Mas a vontade de saber o que ele queria era maior. Disse que iria e desligou, sem ao menos esperar ele responder. 
 Se arrumou. Começava a fazer frio. Partiu até as linhas do trem, e lá estava ele lhe esperando.
 - Eu nunca pensei que estaria nessa distância. Se divirta um pouco e nunca mude, não por ninguém. Eu vendi minha alma para a estrada aberta. - disse quase gritando. 
 Dei um pulo para trás quando vi que um trem se aproximava. Mas ele não fez o mesmo. 

Desculpem-me pela falta de criatividade que me assola, e pelos finais trágicos que ando criando. Só isso ronda minha cabeça ultimamente. E não. Eu não fumo, mesmo colocando sempre em minhas histórias e contos alguém que o faça. Obrigada pelo carinho de vocês *--*. 

28 de fevereiro de 2011

Selos do mês de Fevereiro *--*

Genteeeem, muito, mas muito obrigada mesmo pelo carinho e reconhecimento de vocês através destes selos maravilhosos *--*.
Hoje estou aqui para postar os selos referentes ao meses de Janeiro e Fevereiro de 2011. Estou trocando e modificando o layout, e ainda não sei como fazer voltar minha linda página de selos, então vou juntá-los e de mês em mês reposta-los.
Me desculpem se não cumprir as regras todas. Só irei repassa-los ok?

Janeiro


Por PE-DRI-NHA, em 23/01.








Por Entrelinhas, em 25/01.











Por Palavras Clamadas, em 30/01.





















Por Canto em Silêncio, em 31/01.




























Por Violetas que plantei, em 08/02. Por Um amor de menina, em 18/02.








 Por O mundo sob meu olhar, em 19/02.








Por Flores de um jardim, em 21/02 e 28/02.







Indico à todos vocês que receberem meu aviso. Peço por favor que somente os que eu avisar por meio de recado, retirem os selos daqui. Ok? Beijos *-*